(MINHA) ANÁLISE DO FILME ARGO
" Todo homem é culpado do bem que não fez." (Voltaire)
" Todo homem é culpado do bem que não fez." (Voltaire)
Recentemente, vi Argo que ganhou
o Oscar de melhor filme de 2013.
O longa metragem é baseado em uma história verídica. No final dos anos 70, o Irã está em ebulição com a chegada ao poder do aiatolá Khomeini e nas ruas de Teerã fervilham diversos protestos contra os americanos. Vale lembrar que os dois países disputavam o petróleo no Oriente Médio e que os EUA haviam ajudado a derrubar um presidente nacionalista iraniano democraticamente eleito para colocar em seu lugar um Xá (Reza Pahlevi), tirânico e “amigo” do Ocidente, que oprimiu o povo iraniano, ganhando depois o asilo político americano.
O longa metragem é baseado em uma história verídica. No final dos anos 70, o Irã está em ebulição com a chegada ao poder do aiatolá Khomeini e nas ruas de Teerã fervilham diversos protestos contra os americanos. Vale lembrar que os dois países disputavam o petróleo no Oriente Médio e que os EUA haviam ajudado a derrubar um presidente nacionalista iraniano democraticamente eleito para colocar em seu lugar um Xá (Reza Pahlevi), tirânico e “amigo” do Ocidente, que oprimiu o povo iraniano, ganhando depois o asilo político americano.
Em um destes protestos, a
embaixada dos EUA é invadida, mas seis diplomatas americanos conseguem fugir e
se refugiar na casa do embaixador canadense, onde vivem sigilosamente durante
alguns meses enquanto a CIA estuda um meio de resgatá-los com segurança.
A melhor opção foi apresentada
por Tony Mendes, espião especializado em resgates, que sugere, tendo em vista o
sucesso de filmes como Guerra nas Estrelas e A Batalha do Planeta dos Macacos,
simular a produção de um filme canadense de ficção científica (Argo) que
usaria, como locação, as paisagens desérticas do Irã.
Para o sucesso da empreitada é
preciso contar com a ajuda do produtor Lester Siegel (Alan Arkin) e do
maquiador John Chambers (Jonh Goodman) que sabem como ninguém que Hollywood é
uma fábrica de mentiras. Quem viu o filme deve se lembrar da frase: “Se você
quer vender uma mentira, ponha a imprensa para vendê-la para você”.
Eu não estou aqui para dizer se o
filme faz jus ao prêmio que recebeu nem para analisar a linguagem
cinematográfica, a atuação dos atores, o estilo da narração e afins, porque não
sou crítica de arte e não costumo meter o nariz onde não sou chamada.
Também não vim falar sobre as
questões políticas abordadas, tão fortes que o anúncio do vencedor do Oscar foi
feito, nada mais nada menos, pela primeira-dama dos EUA, Michele Obama, ao
vivo, da Casa Branca. Não vou defender nenhum dos países envolvidos e culpar o
outro, porque ninguém me parece santo nesta história.
Quero focalizar o meu olhar na
conduta de Tony Mendes (Ben Affleck). Ele sabe que é responsável por aquelas
seis pessoas e não as abandona, mesmo quando recebe ordens superiores para
abortar o resgate e uma “justificativa patriótica plausível”. Qual a
importância de seis vidas se o que está em jogo é o interesse de uma nação
inteira? A morte dos reféns deixaria o país consternado, transformaria o Irã no
grande vilão e justificaria uma “guerra santa”.
Tony é o herói anônimo, sem asas,
capa ou super poderes. É o cara comum que pode estar na esquina da rua ou
sentado ao nosso lado no vagão do metrô. Não é o cara perfeito que nunca erra
e, assim como qualquer um de nós, tem medos, dúvidas, problemas familiares...
Mas faz aquilo que é certo, ainda que todos ao redor ajam de maneira diferente.
É o cara que devolve a mala cheia de dinheiro que encontrou; que não aceita
suborno quando todos do escritório já encheram os bolsos das calças; que não
trai a esposa mesmo sendo incentivado pelos amigos,experts no assunto; que,
mesmo cansado, dedica horas do seu final de semana para atuar em projetos
beneficentes...
Enfim, herói anônimo é aquele que
compreende que é responsável pelo que faz ou deixa de fazer, pelo que diz ou
omite. Sabe que não pode mudar o mundo, mas que pode mudar o mundo de alguém e
não hesita em fazê-lo. Faz o certo sem esperar aplausos, méritos ou honrarias.
É a você, gente com G maiúsculo,
que dedico este artigo. Eu acredito na vida porque acredito em você! E quanto
ao resto? Ah, vai se ferrargo!
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