quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO!!!




RECEITA DE ANO NOVO


Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?)

Não precisa fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumadas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.

(Carlos Drummond de Andrade)



quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

QUEM NÃO ACREDITA EM PAPAI NOEL?




O texto abaixo é da autoria do Contardo Calligaris. Desejo aos meus pacientes, amigos, familiares e  leitores  um Natal abençoado. Que todos tenham ainda dentro de si a capacidade de sonhar, a coragem de acreditar em um mundo mais generoso nem que seja só por um dia e de querer que seus desejos sejam realizados. 


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Papai Noel encarna a esperança básica de que, ao menos uma vez por ano, o mundo nos queira bem

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NO SÁBADO, foi o primeiro aniversário de Gabriela, filha de amigos meus. Ela estava radiante, num vestido que, pela cor vermelha, contribuía ao tema da festa: o Natal. Havia um Papai Noel no seu trenó, em tamanho natural, e a casa do Papai Noel no polo Norte, com o elfo a judante diante da porta e muita neve no teto. Havia também duas renas voadoras, que não reconheci, mas nenhuma delas era Rudolfo (que, como se sabe, tem nariz vermelho).

Concordo com a escolha dos pais de Gabriela: como primeira história na qual acreditar, a de Papai Noel é imbatível -embora ela tenha vários inimigos.

1) Há os que dizem que Papai Noel não passa de um vendedor de shopping center ou de um animador de loja de departamento, inventado para que, nesta época do ano, compremos um monte de futilidades. Penso diferente.

Vi muitas crianças ponderando e escrevendo suas cartas de Natal ou, então, esperando, na fila, para sussurrar seus sonhos no ouvido do próprio Papai Noel. O importante não era que elas conseguissem o que pediam, mas que elas manifestassem suas vontades, tivessem a coragem de querer.

No Natal, aliás, o presente é quase supérfluo. Nestes dias, não há como jantar num restaurante sem assistir à entrega das surpresas de um amigo secreto. Cada um desembrulha, finge encantamento e ergue seu presente para a foto: é um troca-troca de objetos sem uso que acabarão no fundo de uma gaveta ou serão passados adiante, quem sabe no Natal do ano que vem.

O presente pode ser qualquer coisa porque, em muitos casos, seu valor é o mesmo dos ursos de pelúcia que abraçamos no sono, ao longo da infância: ele serve como lembrança saudosa de quem nos presenteou e, ao mesmo tempo, substitui o presenteador de maneira que possamos dispensar sua presença.

Só para ilustrar a complexidade de pedidos e presentes, mais um exemplo. Francisco, aos cinco anos, num dia de novembro, quis ditar sua carta ao Papai Noel; ele não queria presente algum naquele ano, preferia que o Papai Noel pensasse nas crianças que não têm nada.

Francisco selou e mandou seu pedido, com grande contentamento dos pais, orgulhosos da generosidade do filhinho. Poucos dias mais tarde, Francisco estava sendo impossível, explosivo, levado. A mãe: "Se Papai Noel souber como você se comporta, ele não trará nada para você". Francisco, feliz e sardônico: "Eu não pedi nada neste ano".

2) Alguns se indignam porque o culto a Papai Noel, figura mágica ou pagã, desnaturaria o Natal religioso. Acho estranho: o Papai Noel encarna e celebra a esperança básica de que o mundo não nos seja hostil, que, ao menos uma vez por ano, ele possa nos querer bem. Graças ao Papai Noel paira, sobre nós todos, um olhar generoso. Será que essa esperança é muito afastada do sentido cristão do Natal?

3) A objeção mais impiedosa ao Papai Noel vem da crítica racionalista, pela qual é nocivo induzir as crianças a acreditar em coisas cuja existência é duvidosa.

Acho curioso. No fundo, acreditar ou não na existência do velhinho do polo Norte é sem relevância. Mas é crucial acreditar na possível generosidade do mundo para com a gente e com todos.

Anos atrás, passando o Natal em Gstaad, uma estação de esqui nos Alpes do Valais, na Suíça, eu e um amigo decidimos (estupidamente) atormentar o pequeno Mário, seis anos, anunciando, sem parar, a chegada iminente do Papai Noel. Mário, ao mesmo tempo, desejava essa chegada e era literalmente apavorado por sua eventualidade.

No fim, quisemos saber: do que ele tinha tanto medo? Da aparição sobrenatural do trenó voador? Do julgamento de seu comportamento passado, que seria implícito no presente recebido? Mario explicou: "Nada disso. É que, se ele vier, eu terei que ser bom".

Agora, se um jovem leitor tivesse aguentado até aqui e me perguntasse "Afinal, para você, Papai Noel existe ou não?", como responderia?

Primeiro, observaria que é bom não dar ouvidos aos que insinuam que o Papai Noel não existe. Os cínicos são sobretudo invejosos; funciona assim: por medo de que meu irmão receba mais amor do que eu, declaro que a mãe não existe e tento vender essa ideia ao meu irmão.

Logo, seguiria o exemplo de uma mãe que, diante das dúvidas do filho, disse: "Se você acredita nele, no mínimo ele existe dentro de você".

Feliz Natal a todos. (Contardo Calligaris)

domingo, 19 de dezembro de 2010

MEU PRAZER PELA LEITURA E PELA ESCRITA



A Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE), através de uma comissão avaliadora, selecionou e transformou em livros as melhores poesias de 2010 e os melhores contos de 2010.

A poesia de minha autoria denominada "A Força da Vida" foi escolhida, assim como o conto "No Reino Das Palavras Encantadas".

A pedido dos meus fãs e leitores que não tiveram acesso aos livros segue abaixo os textos premiados:

A FORÇA DA VIDA

O vulcão interno acorda e, com suas lavas incandescentes, queima tudo o que não é vida em mim. Não há espaço para o nada.

Estou inundada de sonhos, de desejos e de vontades.

Emoções dilatam-se e dançam vibrantes sob a pele.

Minha alma é puro movimento.

A existência explode com sua ânsia descomunal arrastando para as profundezas aquilo que já não é nem deve ser.

Estou grávida do sêmen do mundo.

O bendito fruto do meu ventre é a força do hoje, do agora.

Deus está na amplidão trepidante de possibilidades que abraça o instante que está sendo.

Hoje eu sou absolutamente tudo e todos. Nada existe fora.

A totalidade tece o meu destino e, nesta trama, o fascínio mistura-se ao medo.

Por quanto tempo estive abandonada de mim mesma com meu ventre infértil do orgasmo da vida? Não importa. Estou de volta.

Como um recém-nascido, o clarão do parto perturba meus olhos, porque desaprendi a usá-los. É preciso piscar várias vezes para afugentar os resquícios do sono insosso em que estive adormecida.

Agora posso enxergar a verdade nua e crua, nada mais do que isso, nada além disso: Eu sou. Deus É, foi e sempre será. A natureza divina descansa na infinitude.

A força da vida está em SER. Então, desperte! Viva! Seja bem-vindo.

     NO REINO DAS PALAVRAS ENCANTADAS

Em um reino distante de palavras encantadas, onde realidade e fantasia distraídas convivem em levíssima harmonia embriagada, dois enamorados desejam-se, embora nunca tenham se visto pessoalmente. Foram enfeitiçados pelas cartas de amor trocadas e suas páginas tecidas de imaginação, inspiração e poesia. Parece estranho um relacionamento florescer assim? Talvez o escritor tenha acertado ao dizer que “só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”. Ou quem sabe ele também tenha sido vítima da mesma magia.

Separados por quilômetros, é para a lua que olham, confidenciando os segredos deste romance inventado de sentimentos reais. A eterna musa prateada acolhe os suspiros e as lamentações dos apaixonados com generosidade e respeito. Vaidosa, sabe que os olhos de águas salgadas dos amantes a tornam mais bela. Quando a dor não petrifica os sentidos, ela os aguça e o grito mudo do silêncio é capaz de ferir os tímpanos.

A donzela de delicados traços europeus tem alma borboletácea de asas inquietas coloridas de manchas azuis e verdes. Sua beleza reside na fragilidade inquebrantável de sua metamorfoseada essência.

Sozinha, em seu castelo, porém, sente-se como uma lagarta enclausurada em um casulo de solidão, saudade e tristeza. É somente, na amplidão de seus sonhos, que a tão esperada transformação acontece. Livre da seda, voa alegremente embalada pela brisa e faz do mundo seu imenso jardim, polinizando a vida por onde passa. Seu corpo exala o perfume adocicado e sedutor da dama da noite. Assim como a flor, quando a luz do dia adormece, sente a necessidade de desabrochar suas pétalas, ofertando a graciosa força de sua natureza íntima.

Longe, em terras inimigas, enfrentando a luta inglória onde não há vencedores, o cavaleiro de nobre coração ouve o chamado de sua musa. Andarilho solitário por estradas errantes, em busca de ouro e reconhecimento, o que mais encontra em seu caminho é a tristeza. Ferido, cansado, afogado em mentiras e ilusões, mantém a alma pura e os olhos brilhantes. A paixão torna-o ainda mais forte e potente. Com a espada sangrenta na mão, não se deixa vencer pelo remorso nem pelo medo. Enfrenta bravamente a treva impura a vagar pela noite assombrada. Quando a batalha terminar, encontrará o bem mais valioso de um homem, o amor de sua amada. Montado em seu cavalo veloz, companheiro fiel de tantas aventuras, percorrerá distraído as estradas da esperança sem perceber que busca o que sempre lhe pertenceu. Não mais matará, não mais morrerá. Pelo caminho, sua bagagem vai despejando dores desnecessárias e oportunidades perdidas que, vencidas, penetram no solo adormecido do tempo.

Será sábado de primavera no dia do encontro. Aninhados, embriagados e aquecidos por desejos úmidos e urgentes, seus corpos executarão compassados a dança fascinante da entrega. O cerimonial da vida, que é faminta de existência, transformará a realidade em um grande sim. Não será mais preciso esperar. O presente chegou. Agora, a lua acolhe as juras de amor dos corações acelerados e, falsamente envergonhada, finge não ouvir o ronronar dos gemidos e das respirações ofegantes.

Desde então, no reino das palavras encantadas, o vocábulo “impossível” entrou no mais completo desuso.



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FAÇA AMOR COM A VIDA E NÃO COM A AIDS!



Como apaixonada incurável pela vida e como profissional preocupada com a saúde emocional e física de meus pacientes, amigos e familiares, não poderia me ausentar no dia de hoje.

O texto abaixo é da autoria de Diana Aventino, uma querida e talentosa escritora da nova geração. 

__hoje NÃO É um dia comum__

Muitos da minha geração não acompanharam o sofrimento que é ter um amigo levado pela AIDS. Vê-lo sofrendo com os efeitos colaterais da medicação, vê-lo definhando lentamente, com infecções atrás de infecções. Vê-lo com preocupações sobre tocar, bEiJar, abraçar a família, o outro. Tendo não só a imunidade diminuida dia-a-dia, mas a auto-estima, a coragem, o humor, os amigos, a alegria...

Consequentemente, muitos não dão importancia para as formas de prevenção e para a gravidade que é conVIVER com este vírus.

Dados da ONUSIDA, estimam que no Brasil existam cerca de 700 mil portadores do vírus. Pessoas suficientes para lotar 10 estádios do Maracanã... E segundo Mario Scheffer, da ONG Pela Vidda, destes cerca de 250 mil nem sabem que são portadoras do vírus.

Ainda em pleno século XXI não usamos camisinha. ÔôÔôÔôôô, poxa...

A AIDS/SIDA não escolhe cor, raça ou gênero. 25 milhões já morreram em todo o mundo e embora no Brasil o Programa Brasileiro de AIDS seja bem estruturado com a epidemia, a cada dia 30 pessoas morrem no Brasil, indicadores que não nos dão orgulho nenhum. É um ônibus cheio caindo pelo precipício todo dia...

Aumentar o acesso ao tratamento a esta doença crônica, aos medicamentos, a quebra de patentes, a descoberta de remédios potentes e com menos efeitos colaterais é super importante, porém como dizia vovó, hoje ainda o melhor remédio é prevenir.

Cuidado minha gente. Usar camisinha é um ato de amor!

Diana Aventino






sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A CINDERELA MODERNA E O PARAÍSO FEMININO


Um dia, o rei resolveu dar um baile no castelo e convidou todas as moças do reino para que o príncipe escolhesse sua esposa.

Cinderela também queria ir à festa, mas sua madrasta a proibiu, alegando que ela não tinha um vestido digno para a ocasião. No fundo, temia que a beleza de Cinderela conquistasse o príncipe e impedisse que uma de suas duas filhas fosse a escolhida.

Nossa heroína, com a ajuda dos amiguinhos da floresta, costurou um vestido de retalhos, que foi rasgado pela madrasta e por suas filhas na última hora para impedir que ela tivesse tempo de fazer outro.

Cinderela ficou muito triste. Foi para seu quarto, chorou e rezou muito. Então, de repente, a fada madrinha apareceu e, com sua varinha mágica, criou um lindo vestido para a sua protegida. Também transformou uma abóbora em uma linda carruagem; o gato, em cocheiro; e o rato, num belo cavalo.

Antes de partir, a fada avisou que o encanto terminaria à meia- noite.

O paraíso feminino para a maioria das mulheres é o lugar em que bolsas “descoladas”, sapatos lindos de saltos altos e finos, perfumes afrodisíacos, brincos e anéis reluzentes, jeans bem justos e sexys, botas “transadas”, batons que deixam os lábios carnudos, vestidos poderosos, enfim, onde tudo isso está ao alcance de suas mãos e cartões de crédito como num passe de mágica.

Qual de nós, após uma briga terrível com o namorado ou uma encrenca escabrosa no trabalho, não correu ao shopping e fez compras para se sentir melhor?

Só que, além de não resolver o problema afetivo nem o profissional, acabou arranjando mais um: o financeiro, uma vez que as novas dívidas precisarão ser pagas.

Vivemos em uma sociedade capitalista, realizadora de desejos, em que tudo é transformado em mercadoria, objeto de consumo e gozo.

O sistema quer que a gente ande na moda, troque de carro todo ano, compre vários eletrodomésticos (ainda que você nem saiba bem como usá-los nem para que servem) e adquira um apartamento que vai lhe deixar endividada pelo resto da vida.

Ouvimos a mesma mensagem o tempo todo: possuir coisas é bom, quanto mais você tiver, melhor.

Os produtos prometem felicidade, liberdade, sucesso, poder e “status”, mas não cumprem a sua promessa.

Uma boa parte do orçamento familiar é usada na compra de produtos e serviços relacionados à estética. Porém, a beleza não vem de brinde junto com o creme facial da marca de cosmético famosa nem o moço bonito da propaganda de perfume vem com o produto adquirido.

Quanto mais carentes e descontentes estamos, mais compramos. Sentimos um vazio interno e tentamos preenchê-lo de algum modo. No fundo, estamos buscando afeto. Queremos ser amados e, então, procuramos ter tudo aquilo que possa fazer com que sejamos mais admirados, valorizados e desejados. Por isso, a satisfação dura pouco, porque, na verdade, não é o objeto adquirido que queremos. Nós desejamos mesmo é o reconhecimento do outro. Os avanços tecnológicos têm alcançado feitos incríveis, mas o amor ainda é a força transformadora mais revolucionária de todos os tempos. É ele que nos comove, impulsiona, alimenta e enlouquece. Tem o poder de criar, libertar e embelezar e, quando mal utilizado, em seu nome se mata, destrói e escraviza.

Para o sistema é bom que seus desejos nunca sejam satisfeitos, pois é do desejar sempre mais, sempre outra coisa, que ele se alimenta.

Aprender a analisar a necessidade real do consumo ajuda muito. Na hora da compra, avalie se você precisa realmente, ou se apenas quer o que está adquirindo.

Muitas vezes, o desejo de comprar vira doença. Aumentou o número de pessoas que buscam ajuda psicológica e psiquiátrica para controlar o consumismo compulsivo, que é mais comum em mulheres.

O ato de comprar indiscriminadamente é uma doença chamada “oneomania”. Os acometidos gastam sem pensar (impulsividade do ato) e mais do que ganham, adquirem produtos repetidos ou sem utilidade nenhuma, se irritam diante da impossibilidade de comprar, escondem as aquisições e as dívidas dos amigos e familiares. Pretendem comprar um tênis e voltam para casa com um carro.

É comum a compulsão vir acompanhada de outros vícios. Quem está nesta situação deve procurar ajuda. Existem grupos de apoio para tratar a doença como, por exemplo, os DA (devedores anônimos).

A compulsão é do reino da ação. A pessoa faz algo repetidamente porque não consegue evitar fazer. Portanto, o tratamento deve levar o paciente a encontrar outras formas de manejar seu desamparo, suas carências e angústias, reduzindo a impulsividade do ato através do incremento da capacidade de pensar.

domingo, 24 de outubro de 2010

DISFUNÇÕES SEXUAIS


Como foi dito na postagem anterior, todo mundo gosta de dizer que é bom de cama, mas, na verdade, existem muitas mulheres e homens que negam seus problemas sexuais por medo e vergonha ou por acharem que não há solução para eles ou por acreditarem que com o tempo serão capazes de resolvê-los sozinhos.

Alguns leitores me perguntaram quais são os problemas sexuais mais frequentes. Achei por bem então, passar essa informação a todos.

De acordo com o Consenso Latino- Americano de Disfunção Erétil de 2003, as disfunções sexuais mais comuns são:

Nos homens:

• Disfunção erétil;

• Ejaculação precoce;

• Ejaculação retardada;

• Diminuição ou perda de libido.

Nas mulheres:

• Dificuldades relacionadas ao desejo sexual (hipoatividade, aversão sexual);

• Dificuldades na excitação sexual;

• Dificuldades relacionadas ao orgasmo;

• Dor sexual (dispareunia, vaginismo, dor sexual não relacionada ao coito).





terça-feira, 12 de outubro de 2010

DICAS PARA TER MAIS PRAZER NAS RELAÇÕES SEXUAIS


Vivemos em uma sociedade considerada "moderna", mas na qual ainda pouco se fala sobre sexo de uma maneira natural e educativa.
Todo mundo gosta de dizer que é ótimo amante, no entanto, a insatisfação sexual é mais comum do que ousamos admitir.
Vale a pena conferir a matéria de Mônica Vitória para a revista Bolsa de Mulher com especialistas na área da sexualidade:

"Como manter a chama acesa? "Resgatar as respostas sexuais (o gostoso arrepio na nuca, o desejo incontrolável de ir para a cama após muitos beijos, as fantasias, o tremor do corpo) não é impossível. Para isso, devemos manter a nossa sexualidade sempre vibrante e presente para evitar que o desgaste do dia a dia leve os casais a serem somente bons amigos e quase ex-amantes", recomenda Celso Marzano. Se a libido anda muito baixa, outra solução é buscar tratamento adequado com um terapeuta sexual.

“Fica difícil desejar uma boca que nos desqualifica, beijar um corpo que nos maltrata e acariciar mãos que nos acusam ou nos agridem. Amor não deve ser confundido com desrespeito.”

Aí vão algumas dicas para recuperar o gosto pelo sexo:

- Cultive o diálogo sincero.

- Procure ser atraente para o outro em atitudes e cuide da própria saúde e higiene.

- Seduza e deixe-se seduzir.

- Mantenha a autoestima elevada. "Temos que nos amar para podermos dar amor, temos que nos sentir atraentes para atrairmos", aconselha o sexólogo Celso Marzano.

- Busque criatividade, empatia, carinho, gentileza. Faça com que o outro se sinta especial.

- Lembre-se: alguém tem que começar, mas os dois precisam se dedicar. A busca pelo prazer deve ser mútua.

- Cultive o respeito sempre. É preciso querer e estar à vontade para transar.

- Melhore a intimidade entre vocês.

- Não encare o sexo como algo sujo, ruim ou doloroso, mas como algo saudável. Desejo não é pecado, faz parte da natureza humana.

- Conheça e explore seu corpo. Não há nada de errado em se tocar.

- Invente maneiras de despertar o desejo e compartilhe-as. "O casal deve discutir as suas fantasias sexuais e colocá-las em prática, se não for agressivo para qualquer um dos dois", acrescenta Marzano.

- Durante o sexo, não se limite: tente novas posições e carícias. Liberte-se.

- Invista muito e cobre pouco.

- Tenha paciência. Muita. "Lembre-se de que o processo de reconquista é muito mais delicado que o da conquista", recorda a psicoterapeuta Ana Maria Zampieri.

- Se for preciso, procure ajuda profissional.

E, quando nada mais puder ser feito com o parceiro, permita-se abrir-se para novas possibilidades. "Fica difícil desejar uma boca que nos desqualifica, beijar um corpo que nos maltrata e acariciar mãos que nos acusam ou nos agridem. Amor não deve ser confundido com desrespeito. Um grande depósito de mágoas faz perder totalmente o desejo", reitera Ana Maria Zampieri. Busque o prazer para ser feliz, e não por medo, por dependência emocional ou financeira. "O sexo por obrigação só perpetua as disfunções sexuais", ressalta o ginecologista Eliano Pellini."


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O PARADOXO DO NOSSO TEMPO


O texto que segue abaixo é do Dr. Bob Moorehead. Vale a pena pensar sobre o assunto. Como você anda vivendo a sua vida? Com qualidade? Está feliz? Pode fazer melhor?

"O paradoxo de nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos. Auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos. Gastamos mais, mas temos menos. Nós compramos mais, mas desfrutamos menos. Temos casas maiores e famílias menores. Mais conveniências, mas menos tempo. Temos mais graus acadêmicos, mas menos senso. Mais conhecimento e menos poder de julgamento. Mais proficiência, porém mais problemas. Mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos. Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida. Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos. Escrevemos mais e aprendemos menos. Planejamos mais e conseguimos menos. Aprendemos a correr, mas não a esperar. Construímos cada vez mais computadores, para armazenar mais informações e produzir mais cópias, mas nos comunicamos cada vez menos.

Estes são os tempos do "fast food" e da digestão lenta. De homens grandes, com personalidades mesquinhas. De lucros enormes e relacionamentos pequenos. Estes são os dias de dois empregos e mais divórcios. Casas mais bonitas e lares desfeitos. Estes são os dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade abandonada, encontros por uma noite, obesidade disseminada e pílulas para tudo, da alegria à calma e até à morte. É um tempo onde há muito nas vitrines e pouco na dispensa. Um tempo onde a tecnologia permite que você leia isto e escolha o que fazer: Dividir este sentimento ou apenas clicar em DELETE.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre.

Lembre-se de dizer uma palavra gentil a alguém que te admira com fascinação, pois essa pequena pessoa logo irá crescer e abandonar sua companhia.

Lembre-se de dar um abraço carinhoso a quem está do seu lado, pois esse é o único tesouro que você pode dar com seu coração, e não custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer "eu te amo" a sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas em primeiro lugar, ame. Um beijo e um abraço curam a dor quando vêm de lá de dentro.

Lembre-se de segurar a mão e enaltecer o momento, sabendo que um dia aquela pessoa não estará mais aqui.

Conceda-se tempo para amar, conceda-se tempo para falar, conceda-se tempo para compartilhar os seus preciosos momentos.

E SEMPRE SE LEMBRE: A vida não é medida pelo número de respirações que você dá, mas pelos momentos em que tiram o seu fôlego".

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

TEORIA DA PEGAÇÃO


Dentro ou fora do consultório, sempre escuto a mesma conversa. As mulheres reclamam que não há homens disponíveis com quem namorar. O engraçado é que os homens me dizem a mesma coisa. O que será que está acontecendo? Quais as razões de tanto desencontro? O texto abaixo é da autoria do psicanalista Contardo Calligaris. Vale a pena ler e refletir a respeito.

O NOSSO MAL-ESTAR AMOROSO

Faltam homens ou mulheres? E quem está querendo só pegação: os homens ou as mulheres?----------------------------------------------------------------------

"NA SEMANA PASSADA, graças ao IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, migre.me/1hb92), aprendemos que, em média, no país, há 105 homens solteiros por cada cem mulheres com o mesmo estado civil.

Claro, em cada Estado a situação é diferente. No Distrito Federal há mais solteiras do que solteiros, no Rio de Janeiro dá empate e Santa Catarina é o paraíso das mulheres (122 solteiros por cada cem solteiras). De qualquer forma, no Brasil como um todo, é impossível afirmar que "faltam homens no mercado".

A Folha, na última quinta (9/9), entrevistou algumas mulheres; uma delas comentou: pouco importa que haja mais homens do que mulheres, o problema é que os homens, depois de um encontro ou dois, dão "um chá de sumiço". Ou seja, pode haver muitos homens, mas eles só querem pegação.

No domingo passado, um leitor escreveu à ombudsman do jornal para protestar: segundo ele, quem não quer nada sério são as mulheres, que são "fúteis e fáceis", salvo quando o homem começa "a conversar sobre algo sério", aí ELAS dão o tal chá de sumiço.

Em suma, faltam homens ou mulheres? E, sobretudo, números à parte, quem está querendo só pegação: os homens ou as mulheres?

Acredito na queixa dos dois gêneros. Resta entender como é possível que a maioria tanto dos homens quanto das mulheres sonhe com relacionamentos fixos e duradouros, mas encontre quase sempre parceiros que querem apenas brincar por uma noite ou duas. Se homens e mulheres, em sua maioria, querem namorar firme, como é que eles não se encontram?

Haverá alguém (sempre há) para culpar nosso "lastimável" hedonismo -assim: todos esperamos "naturalmente" encontrar uma alma gêmea, mas a carne é fraca.

Homens e mulheres, desistimos da laboriosa construção de afetos nobres e duradouros para satisfazer nossa "vergonhosa" sede de prazeres imediatos.

Os ditos prazeres efêmeros nos frustram, e voltamos de nossas baladas (orgiásticas) lamentando a falta de afetos profundos e eternos.

Obviamente, esses afetos não podem vingar se passamos nosso tempo nas baladas, mas os homens preferem dizer que é por culpa das mulheres e as mulheres, que é por culpa dos homens: são sempre os outros que só querem pegação.

De fato, não acho que sejamos especialmente hedonistas. E o hedonismo não é necessário para entender o que acontece hoje entre homens e mulheres. Tomemos o exemplo de um jovem com quem conversei recentemente:

1) Com toda sinceridade, ele afirma procurar uma mulher com quem casar-se e constituir uma família.

2) Quando encontra uma mulher que ele preze, o jovem sofre os piores tormentos da dúvida: será que ela gostou de mim? Por que não liga, se ontem a gente se beijou? Por que ela leva tanto tempo para responder uma mensagem?

Essa mistura de espera frustrada com desilusão é, em muitos casos, a razão de seu pouco sucesso na procura de um amor, pois, diante das mulheres que lhe importam, ele ocupa, inevitavelmente, a posição humorística da insegurança insaciável: "Tudo bem, você gosta de mim, mas gosta quanto, exatamente?" Se uma mulher se afasta dele por causa desse comportamento, ele pensa que a mulher só queria pegação.

3) Quando, apesar dessa dificuldade, ele começa um namoro com uma mulher de quem ele gostou e que também gostou dele, muito rapidamente ele "descobre" que, de fato, essa nova companheira não é bem a mulher que ele queria.

4) Nessa altura, o jovem interrompe a relação, que nem teve tempo de se transformar num namoro, e a mulher interpreta a ruptura como prova de que ele só queria pegação.

Esse padrão de comportamento amoroso pode ser masculino ou feminino. Ele é típico da cultura urbana moderna, em que cada um precisa, desesperadamente, do apreço e do amor dos outros, mas, ao mesmo tempo, não quer se entregar para esses outros cujo amor ele implora.

Em suma, "ficamos" e "pegamos", mas sempre lamentando os amores assim perdidos, ou seja, procuramos e testamos ansiosamente o desejo dos outros por nós, mas sem lhes dar uma chance de pegar (e prender) nossa mão. Esse é o roteiro padrão de nosso mal-estar amoroso.

Para quem gosta de diagnóstico, é um roteiro que tem mais a ver com uma histeria sofrida do que com o hedonismo." (Contardo Calligaris)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PROCURE UM AMANTE



O texto que segue abaixo é do psicólogo Dr. Jorge Bucay. Vale a pena refletir a respeito:

"Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um.

Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.

Geralmente são essas últimas as que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores.

Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:

“Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento.

Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que elas não precisam de nenhum antidepressivo; digo-lhes que elas precisam de um Amante!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.

Há as que pensam: “Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!”

Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não Voltam nunca mais.

Àquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: Amante é “aquilo que nos apaixona”.

É o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso Amante é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.

Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto…

Enfim, é “alguém” ou “algo” que nos faz “namorar” a vida e nos afasta do triste destino de “ir levando”.

E o que é “ir levando”?

Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionada cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.

Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com “ir levando”; procure um amante, seja também um amante e um protagonista da Sua Vida…

Acredite: o trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.

O trágico é desistir de viver; por isso, e sem mais delongas, procure um amante…"

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

“PARA SE ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA.”

(Dr. Jorge Bucay – tradução do original “Hay que buscarse un Amante”)


sábado, 7 de agosto de 2010

Jogadores do Santos Não São Punidos: O Episódio do Twitter Acaba em Pizza


A confusão começou quando, após a vitória da equipe sobre o Grêmio Prudente, Madson, Zé Eduardo e Felipe resolveram twittar com torcedores e ligaram a câmera do computador. Sem camisa e bastante à vontade, apareceram pedindo bebidas alcoólicas. Durante o bate-papo, um dos internautas chamou o goleiro Felipe de “mão de alface”. Madson tentou proteger o colega e a discussão, então, prosperou. Ofendido, Felipe respondeu ao torcedor: - “Aí, fera, o que eu gasto com o meu cachorro de raça é o teu salário por mês”.

Robinho e Neymar, que não tinham viajado com o grupo, mas acompanhavam os amigos na internet, pediram, através do celular, que os jogadores tomassem cuidado e mantivessem o controle emocional. Zé Eduardo desprezou o conselho de Robinho e ainda disse que ninguém sentiria a falta dele, quando partisse.

Antes de embarcarem para Salvador, onde disputaram a final da Copa do Brasil contra o Vitória, os jogadores voltaram ao Twitter para pedir desculpas.

Nesta ocasião, Madson disse: - “Vou pedir desculpas, estava feliz por ter ganhado. Só que tem alguns caras que xingam a gente e não são santistas”. Felipe, por sua vez, alegou que tudo não passou de uma brincadeira.

O episódio infeliz gerou muita polêmica e a repercussão causou desconforto no Santos. Nos bastidores, ouviu-se que a punição aos envolvidos não seria divulgada antes da final da Copa do Brasil.

O campeonato acabou com a vitória merecida dos meninos da Vila. Aproveito a ocasião para dar meus parabéns à equipe santista e mais uma vez deixar clara minha admiração. Sou fã dos jogadores dentro de campo. Fora dele, a história muda um pouco. Mas, voltando ao assunto, a Copa do Brasil acabou, porém a medida disciplinar não veio.

Segundo o presidente do clube, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, o incidente foi um reflexo da personalidade extrovertida dos jogadores santistas e já está totalmente superado. "Respeito a idade de cada um e as brincadeiras que eles fazem são comuns. Guardadas as devidas proporções, é como quem entra na faculdade e tem que pagar o "mico" do trote. Isso é da essência do jovem", disse Luis Álvaro. E completou seu discurso da seguinte maneira: "Eles não são monges ou escoteiros, e não vivem em uma prisão monástica. São meninos atrevidos, que driblam, jogam com alegria e comemoram seus gols com dancinhas. Estamos marcando história desse jeito. Eu, na minha adolescência, por exemplo, preferia a irreverência dos Beatles a um quarteto de cordas todo regrado".

Eu também adoro a irreverência, a alegria, a vitalidade e a criatividade da juventude. Mas penso que é possível ser jovem e, ao mesmo tempo, ter bom senso e educação.

A vida, realmente, passa depressa. O jogador de futebol, como qualquer um de nós, tem sim o direito de aproveitar seus momentos de folga, mas deve sempre se lembrar de que é uma pessoa pública, que serve de exemplo e que fica exposta aos olhares de todos, por isso, aquilo que diz ou faz assume proporções gigantescas. Não aceitar provocação e usar o bom senso é sempre uma ótima saída. Por outro lado, torcedores precisam aprender a expressar-se sem ofender. As pessoas confundem posicionamento com agressividade.

Fico pensando que talvez o presidente do clube tenha se esquecido do que são boas maneiras ou quem sabe não punir os jogadores seja uma estratégia para que o passe dos rapazes continue altamente valorizado. Pagando bem que mal tem, não é mesmo? Na mentalidade de certos indivíduos, os fins justificam os meios.

Afinal de contas, vivemos no país da impunidade e dos maus exemplos. Ser brasileiro é viver indignado. Aqui é possível matar e não ser punido. Quem não se lembra do caso Pimenta Neves? O ex-editor do jornal Estado de São Paulo matou a ex-namorada com dois tiros nas costas e está solto. Para completar o quadro desolador, todos os dias, os noticiários estão recheados de denúncias de corrupção envolvendo políticos e empresários poderosos. E o que acontece? Praticamente nada.

A mudança da sociedade tem que começar dentro de casa com a educação dos filhos que é tarefa bastante árdua. Os pais têm levado um baile. Não conseguem dizer não, impor limites e ensinar como distinguir o certo do errado. Hoje em dia, os jovens são autoritários porque os pais são impotentes e morrem de medo do olhar de reprovação de seus pupilos. Depois ficamos chocados quando um grupo de rapazes jovens e ricos, sem nada melhor para fazer, colocam fogo em um pobre índio deitado no banco da praça.

Diante de tudo isso, o episódio do twitter fica pequeno e parece perder importância. Só que para conseguir grandes mudanças é preciso dar um primeiro passo. É, no dia-a-dia, que vamos construindo um futuro melhor. Que cada um de nós faça a sua parte!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Linda E Loira


É difícil achar alguém que não conheça o conto de fadas da Cinderela. Existem várias versões. A mais conhecida foi escrita em 1697 pelo escritor francês Charles Perrault. Desde lá, até os dias de hoje, a historinha vem se espalhando pelo mundo afora e encantando diversos corações por onde passa.

Cinderela era filha de um comerciante rico e viúvo. Seu pai faleceu quando ela ainda era muito jovem. Foi criada pela madrasta e por suas duas filhas. A beleza e a bondade de Cinderela incomodavam muito, por isso foi transformada em criada e obrigada a fazer todos os serviços domésticos – lavar, varrer, cozinhar.

A pobre moça chorava muito porque se sentia só, sem ninguém que a amasse. Seu refúgio era o quarto no sótão da casa e seus únicos amigos, os animais da floresta.

A heroína do conto infantil era loira, tinha cabelos lisos, olhos azuis e pele bem branquinha.

O desejo de ter cabelos lisos é antigo. Tempos atrás, usava-se ferro quente de passar roupa para deixá-los domados, escorridos e sem volume.

Hoje, temos o secador, a chapinha e a escova progressiva, além de outras técnicas de alisamento, como aliadas em busca de atender nossa vontade.

Vale qualquer esforço para ficar parecida com a linda moça da propaganda de shampoo que passa na TV.

Muitas mulheres até prejudicam sua saúde em busca do resultado perfeito.

Conheci uma moça de 19 anos, que já apresentava falhas imensas no couro cabeludo, pelo uso excessivo da chapinha e de produtos químicos. Ainda assim, ela não conseguia se conter.

Logo que lançaram a primeira escova progressiva, a qual continha bastante formol em sua fórmula, eu também quis fazer. O meu cabeleireiro que, graças a Deus, é um profissional experiente e cuidadoso, fez um teste primeiro para saber se eu poderia me aproveitar do milagroso procedimento, a fim de evitar que meus cabelos virassem uma juba de leão toda vez que se encontrassem com a água.

Sabe o que aconteceu? Simplesmente, a mecha do cabelo, onde ele aplicou o produto, se desfez e caiu diante dos meus olhos assustados e perplexos.

Se por um lado fiquei feliz por não ter ficado careca, por outro, fiquei frustrada por não poder jogar para trás minhas madeixas lisas num movimento sedutor e por saber que ainda ia amargar horas tentando domar a cabeleira rebelde.

Que atire a primeira pedra a mulher que nunca deixou de entrar na piscina ou no mar naquele dia lindo e ensolarado, só para que depois ninguém visse seu cabelo no estado natural.

Além de lisos, preferencialmente, queremos os cabelos loiros como os das mulheres mostradas pela mídia (modelos, atrizes e apresentadoras). Qual é a cor do cabelo da Xuxa, da Eliana, da Angélica e da Galisteu? Dizem que: “uma vez loira, sempre loira”. Por que será que esta cor nos aprisiona?

O que sua mãe não lhe contou, ao ler Cinderela para você, é que a mulher brasileira é o resultado de uma mistura de raças e de etnias. De modo que, ser branca e loira, ter olhos azuis e, ainda por cima, cabelos lisos, não é tarefa das mais fáceis. Nossa beleza vem justamente da diversidade.

Você sabe que quer ser uma princesa moderna. Não se preocupe, você não é uma E.T. Quase todas nós queremos também. Talvez o que você não saiba é o porquê desse desejo ser tão forte e arraigado.

Se cada ser humano é único e diferente, com as qualidades e defeitos que lhes são próprios, por que, então, a sociedade impõe o mesmo jeito de ser para todos? Creio que nos querem todas parecidas, mulheres produzidas em linha de montagem. Estaria errada ao dizer que estão tentando nos padronizar? Parece que agora há um jeito certo de vestir, sorrir, pensar, ser. Cruzes! Quem não o seguir corre o risco de ser queimada na fogueira. Por que aceitamos a imposição sem questionar e dedicamos tanto tempo e dinheiro correndo atrás de uma imagem idealizada e inalcançável?

Acreditamos que seremos mais amadas e admiradas se nos tornarmos aquilo que o outro deseja de nós? Será mesmo que este é o caminho para a felicidade e para o amor?

A pressão é tanta que, por mais que sejamos descoladas e inteligentes, muitas vezes dói, lá no fundo, saber que não nos encaixamos nos tais padrões de beleza que alguém mal humorado inventou.

A insatisfação constante, a vontade de querer arrumar o rosto e porque não todo o resto pode causar tristeza e depressão. A angústia de não ser o que os outros esperam gera doenças emocionais e físicas, estimula a inveja, a baixa auto-estima e a ânsia de querer o que, de fato, não precisamos.

O desejo de ser Cinderela (linda, loira, magra e, ainda por cima, ter um príncipe encantado a seus pés!) está estampado nos anúncios da TV, nas revistas, outdoors e já se deita no divã dos consultórios psicanalíticos. É o mundo de imagens colocado diante de você, dia após dia, para que não veja a verdade. Qual? Que você é apenas mais uma escrava para manter o sistema funcionando em prol de uns tiranos desumanos. Talvez você ainda nem tenha se dado conta disso. Bilhões de mulheres vivem suas vidas distraídas sem sequer perceber que estão num cativeiro, numa prisão para a sua mente. Descontentes com seus corpos e consigo mesmas, as mulheres tornam-se menos poderosas e ameaçadoras para a classe dominante. Bingo! E muitas delas estão tão dependentes do sistema que vão lutar com unhas e dentes para mantê-lo.

Quem diria que após conseguir tantas vitórias importantes como o direito de votar, estudar, se divorciar, evitar o nascimento de filhos através do uso de contraceptivos, a mulher teria seu próprio corpo como o inimigo mais feroz a ser enfrentado.

Eu sou a favor das diferenças. O mundo é das loiras, morenas e ruivas. É das brancas, mulatas, negras, indígenas e orientais. É das altas, baixas, magras e gordinhas. É das que têm cabelo liso ou crespo.

Eu, que não tenho varinha mágica como a fada do conto infantil, mas que venho munida de esperança, torço para que você possa olhar-se no espelho e fazer as pazes com ele. Que aprenda a conviver com seu corpo e com sua alma, extraindo deles o melhor que puder. Espero que busque saúde e bem-estar. Que preencha sua vida de conteúdo e valor. Que procure ser bela por dentro e por fora com consciência e sensatez, porque nenhuma pessoa conseguirá fazer de seu corpo uma morada agradável, um lugar harmônico para se morar, se não houver equilíbrio interior.

Que você consiga ser o melhor de si mesma sem ser escrava do padrão e que seja muito feliz!




terça-feira, 3 de agosto de 2010

Equipe do Santos no Twitter: Em Boca Fechada Não Entra Mosquito




Parece que agora virou moda. Toda semana, no noticiário esportivo, um jogador de futebol mostra para a sociedade o que não deve ser feito nem dito.

Recentemente, alguns atletas tiveram seus nomes associados a traficantes. Outros, apareceram envolvidos em orgias, fazendo uso de drogas pesadas e de bebidas alcoólicas. Como se já não bastasse, o ex-goleiro do Flamengo, Bruno, ainda foi acusado de assassinato.

Desta vez, o espetáculo infeliz foi protagonizado por jogadores do Santos. Eu, que não sou santista, mas que não me canso de elogiar os meninos da Vila, confesso que fiquei bastante chateada.

Após a vitória da equipe sobre o Grêmio Prudente, Madson, Zé Eduardo e Felipe resolveram twittar com torcedores e ligaram a câmera do computador. Sem camisa e bastante à vontade, apareceram pedindo bebidas alcoólicas. A confusão teve início, quando um dos internautas chamou o goleiro Felipe de “mão de alface”. Madson tentou proteger o colega e o bate-boca, então, prosperou. Ofendido, Felipe respondeu ao internauta: - “Aí, fera, o que eu gasto com o meu cachorro de raça é o teu salário por mês”.

Robinho e Neymar, que não tinham viajado com o grupo, mas acompanhavam os amigos na internet, pediram, através do celular, que os jogadores tomassem cuidado e mantivessem o controle emocional. Zé Eduardo desprezou o conselho de Robinho e ainda disse que ninguém sentiria a falta dele, quando partisse.

Antes de embarcarem para Salvador, onde disputarão a final da Copa do Brasil contra o Vitória, os jogadores voltaram ao Twitter para pedir desculpas.

Nesta ocasião, Madson disse: - “Vou pedir desculpas, estava feliz por ter ganhado. Só que tem alguns caras que xingam a gente e não são santistas”. Felipe, por sua vez, alegou que tudo não passou de uma brincadeira. O problema é que toda brincadeira tem um fundo de verdade, não é mesmo?

Jogadores são pessoas públicas e ficam expostos aos olhares de todos, por isso, aquilo que dizem e fazem assume proporções gigantescas. Não aceitar provocação e usar o bom senso é um bom negócio.

O que posso dizer, então, a respeito deste episódio lamentável? Em primeiro lugar, não desprezo as desculpas pedidas pelos atletas, mas, é claro, que teria sido muito melhor não terem se colocado em uma situação na qual fosse necessário pedi-las. Será que alguém poderia fazer a gentileza de explicar a estes garotos que não se deve nem se pode, em certas ocasiões, dizer tudo o que vem à cabeça? Alguém tem dúvida de que existe, por parte deles, dificuldade em distinguir o certo do errado, em lidar com frustrações, regras e limites, em respeitar as diferenças, além de, facilmente, confundirem posicionamento com agressividade? É impressão minha ou os jogadores acham que podem tudo porque são famosos e ricos? Aos torcedores peço também que façam suas críticas de maneira construtiva sem ofender os jogadores. Pesquisa realizada, recentemente, informa que as pessoas estão despreparadas para utilizar a web.

Não canso de repetir que os atletas precisam de orientação psicológica e acompanhamento educacional porque começam cedo na carreira, geralmente abandonam os estudos e são provenientes de famílias pobres e desestruturadas. O futebol, que movimenta cifras de dinheiro inacreditáveis, transforma, da noite para o dia, homens despreparados em celebridades. Imersos na sedução do status e do poder, fica fácil esquecer os valores éticos e morais. É preciso ter cabeça boa para lidar de forma inteligente com a fama que sempre traz consigo “amigos da onça”, empresários astutos e “Marias- chuteira”. É fundamental aprender a lidar com derrotas, lesões, pressões da torcida, cobranças da comissão técnica, transferência para outros países que implicam em distância da família e adaptação aos costumes estrangeiros, bem como ao clima e ao novo idioma.

Fico aqui torcendo para que o futebol tenha dias melhores e que os mesmos erros parem de se repetir com tamanha frequência. Haja paciência! Que os atletas apareçam na mídia em virtude de seus talentos e de suas vitórias, divulgando a beleza e o encantamento do esporte brasileiro. A esperança é a última que morre!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mano Menezes E A Seleção: O Que É Renovação?


Após um pouco de mistério e de alguns nomes (Scolari, Luxemburgo, Leonardo) circulando como possíveis candidatos nos bastidores, o Brasil tomou conhecimento do novo técnico da seleção no dia 24 de julho.

Mano Menezes aceitou o cargo após a recusa de Muricy Ramalho que não foi liberado pelo Fluminense, clube com o qual tem contrato. Há quem diga que a renúncia de Muricy teve outro motivo. O técnico não teria sentido firmeza nos projetos da CBF para 2014. Como saber a verdade?

Confesso que fiquei bastante satisfeita com a primeira convocação dos jogadores para o amistoso contra os Estados Unidos no dia 10 de agosto. Sou fã do quarteto “santástico”. Adoro a habilidade, a vitalidade e a alegria de jogar destes rapazes. Para mim esta é a cara do verdadeiro futebol tupiniquim. Desde já, desejo sucesso ao treinador e a toda equipe.

No entanto, ando bastante intrigada porque muito se tem falado em renovação da seleção brasileira. Mudar o treinador e os jogadores é, de fato, renovar?

Assim como eu, você deve ter uma amiga que, querendo mudar de vida, tingiu o cabelo e fez uma cirurgia plástica. Quero deixar bem claro que não tenho nada contra os cuidados estéticos, apenas não gosto da obsessão e da busca insana por um corpo perfeito. Eu também quero me sentir bem, sair bonita na foto e atrair olhares, mas não é disto que estou falando. Estou querendo dizer que as verdadeiras mudanças são mais profundas e internas. Acontecem dentro da gente, em nosso emocional.

Por que será que os cargos de comando político não mudam? Estaria errada ao dizer que o Ricardo Teixeira parece o dono absoluto da CBF e que aquele que não reza segundo sua cartilha corre o risco de ter seu pescoço cortado? Pelo menos no futebol, diferentemente do que ocorre na Fórmula 1, o dirigente não obriga o piloto que está na frente a deixar passar o companheiro da equipe melhor classificado.

Reconheço que mudar dentro de campo já é um passo significativo, porém também se faz necessário organizar a bagunça que ocorre fora das quatro linhas e dentro de cada um dos personagens envolvidos nos espetáculos esportivos.

Não é segredo para ninguém que o futebol movimenta cifras de dinheiro inacreditáveis e que transforma, da noite para o dia, homens despreparados em celebridades. Imersos na sedução do status e do poder, correm o risco de perder de vista os valores éticos e morais. Nos últimos tempos, infelizmente, os meios de comunicação veicularam notícias de atletas envolvidos em orgias e assassinatos, fazendo uso de drogas pesadas e de bebidas alcoólicas.

Sabemos que os jogadores começam muito cedo na carreira, que abandonam os estudos e que, geralmente, são provenientes de famílias pobres e desestruturadas. É claro que estes eventos sozinhos não geram delinqüentes e desequilibrados.

O fato é que o apoio psicológico deveria ser tão importante quanto à alimentação balanceada, os treinamentos físicos e táticos e os cuidados médicos e de fisioterapia. Assim estariam mais preparados para lidar com derrotas, lesões, pressões da torcida, cobranças da comissão técnica, transferência para outros países que implicam em distância da família e adaptação aos costumes estrangeiros, bem como ao clima e ao novo idioma. Também conseguiriam lidar melhor com a fama que traz consigo a proximidade perigosa de “amigos da onça”, de empresários gananciosos e das “Marias- chuteira”. Além do mais, não seriam presas fáceis daquele tipo de imprensa que quer fabricar heróis para ganhar às suas custas.

O Mano Menezes disse que, no futebol, como na vida, a fila anda. Tomara, então, que vá em direção a um futuro melhor. Espero que as medidas necessárias para uma verdadeira renovação sejam tomadas e que sejamos vencedores dentro e fora de campo.



terça-feira, 27 de julho de 2010

A FADA MADRINHA E SUA VARINHA DE CONDÃO


No conto de fadas da Cinderela, a fada madrinha apareceu e, com sua varinha de condão, transformou as roupas da heroína em um vestido deslumbrante. Ela ainda fez uma abóbora virar uma linda carruagem. O gato foi transformado em cocheiro, e o rato, em um belo cavalo.

Na vida real, dificilmente, surgirá alguém que com um plim! fará todos os seus problemas desaparecerem.

Se puder resolver seus conflitos internos e encrencas diárias sozinho (a), ótimo. Se tiver amigos (as), que possam ouvi-lo (a) com atenção e cuidado e, ainda por cima, orientar e dar bons conselhos, excelente.

Mas, quando seus problemas são recorrentes e implicam um grau de sofrimento a si próprio (a) e aos outros que o (a) cercam, quando comprometem sua saúde mental e física, trazendo prejuízos a sua vida pessoal, social e profissional, está mais do que na hora de buscar a ajuda de um terapeuta competente e atencioso que irá ajudá-lo (a) a cuidar de si mesmo (a) e a situar-se melhor na existência.

Há excelentes profissionais da área de saúde mental (psicanalistas, psicólogos, psiquiatras) no mercado para ajudar a solucionar distúrbios alimentares, dificuldades nos relacionamentos afetivo-sexuais, compulsões, baixa auto-estima, depressão, síndrome do pânico e outras tantas doenças emocionais.

Recomendo que você procure profissionais indicados por alguém de confiança. Muito me assusta, hoje em dia, as pessoas escolherem seus médicos pela internet sem saberem nada sobre a pessoa que irá cuidar delas.

Nem sempre o profissional que tem o site mais bacana ou o consultório mais chique, é o possuidor de conhecimentos teóricos, técnicos e éticos, capaz de lhe oferecer o tratamento mais adequado e eficaz.

O ideal é que você faça uma pesquisa. Vá conhecer mais de um terapeuta, porque não basta que o profissional seja experiente, é muito importante que você sinta empatia e confiança para ficar à vontade para expor seus problemas. Quando, por exemplo, um parente ou um amigo querido me pedem a indicação de um analista, sempre penso em um profissional que, além do prestígio, tem um jeito real de ser que me passa uma impressão boa e parece combinar com a pessoa assustada e cheia de esperança que está sendo encaminhada para tratamento.

É útil que você saiba também que há excelentes institutos psicanalíticos e faculdades de psicologia que atendem de graça ou por preços simbólicos.

Muita gente não procura ajuda pelo constrangimento de se expor e pelo medo que assombra todos nós, o medo do novo. Ficar com o que é familiar, embora possa provocar infelicidade, parece ser mais prudente, fácil e seguro do que arriscar uma mudança que, segundo nossa imaginação ofuscada pelo receio, pode trazer o risco do fracasso e o gosto da decepção.

Eu entendo, mas preciso lhe alertar que há sempre um preço alto a ser pago, quando insistimos em não olhar para aquilo que está errado em nós. O pior inimigo é aquele que cresce silenciosamente dentro da gente. Um dia ele fica tão forte, que não há mais como detê-lo.

Não crie problemas para você, mas não fuja deles, quando aparecerem.

Encarar ainda é a melhor saída. A maior e a mais simples de todas as verdades é que para mudar o mundo, basta mudar a si mesmo!

Transforme-se e passará a ver tudo a sua volta com outros olhos. Sua visão será mais clara e você enxergará mais longe.

Existe uma nova pessoa dentro de você que quer nascer. Permita que ela venha ao mundo. Os profissionais da área “psi” saberão orientar e ajudar você. Procure-os. Serão bons companheiros no seu processo de crescimento pessoal.

sábado, 24 de julho de 2010

EQUILÍBRIO EMOCIONAL NA QUADRA: CESTA DE TRÊS PONTOS


Atletas não são máquinas, embora a energia e a habilidade de seus corpos nos deixem boquiabertos e exaustos só de olhar. Não existe um botão que possam apertar a fim de escolher o que querem sentir. Como todos nós, serão afetados por emoções positivas e negativas, mas podem ser treinados para lidar bem com ambas as experiências. O controle emocional, sem dúvida, proporcionar-lhe-ás um rendimento mais satisfatório dentro e fora das quadras.

No mundo esportivo, é inevitável a presença da ansiedade e do estresse pré-competição, no entanto, ao contrário do que se pensa, nem sempre eles prejudicam o desempenho do jogador.

Certo nível de estresse é normal e altamente benéfico. Hormônios estimulantes fabricados e jogados na corrente sanguínea são capazes de impedir o indivíduo de sentir dor e levá-lo a fazer o que é necessário para enfrentar a situação que se impõe, atingindo a melhor performance. Eu diria que nenhum bom combate é travado sem alegria e adrenalina correndo nas veias.

O problema é que a ansiedade excessiva faz com que o corpo reaja de modo desagradável. O raciocínio e a capacidade de decisão diminuem, os músculos tendem a não obedecer aos comandos do cérebro, o tremor e a falta de equilíbrio aparecem, além da possibilidade da violência irromper. Quantos jogadores não acabam brigando ou tentando decidir o jogo sozinhos, prejudicando a equipe toda? Saber reconhecer e modificar o pensamento negativo, encarando de maneira diferente o evento difícil evita problemas desnecessários.

Para diminuir a tensão é possível fazer uso de técnicas de relaxamento, de exercícios de mentalização e meditação, como também treinar o controle da respiração. Impossível não se lembrar da ex- jogadora Hortência. A estrela do basquete, antes de cada lance livre, movimentava os ombros e respirava fundo para manter a serenidade e a concentração.

Ainda há que se levar em consideração que o basquete é um esporte essencialmente coletivo. Mesmo que um jogador possa decidir uma partida, a defesa só se faz com a ajuda de todos. Por isso, é interessante trabalhar a parte psicológica do jogador para que ele sinta que faz parte de uma equipe e não apenas de um grupo de atletas. Aprender a ouvir e a entender o técnico e seus colegas, bem como aperfeiçoar a concentração, a atenção difusa e a visão periférica fazem muita diferença. Vou mais longe. Não basta que o jogador seja bom de passe e arremesso, ele deve perceber o clima do jogo, usar o ponto fraco da equipe adversária a seu favor, ficar atento aos critérios da arbitragem, criar alternativas para otimizar as ações dos colegas e ainda utilizar sua inteligência e atenção para rebotes cada vez mais rápidos.

Por sua vez, o treinador, além da parte tática, precisa saber motivar e apoiar os jogadores, lidar com personalidades diferentes, extraindo o melhor de cada uma e também construir um ambiente saudável para o treinamento.

Sabemos que não é fácil lidar com derrotas, lesões, pressões da torcida e cobranças de dirigentes por vitórias e bons resultados. A cada ano, o esporte torna-se mais competitivo e o peso do dinheiro e da influência política não facilitam o panorama. Assim sendo, cresce a importância do trabalho multidisciplinar. Não restam dúvidas de que os jogadores precisam de uma alimentação balanceada, de treinamentos físicos e táticos, de cuidados médicos e fisioterápicos e de apoio psicológico. Como dizem por aí “a união faz a força”. Que sejamos todos vitoriosos.