domingo, 26 de maio de 2013

AS MULHERES SÃO MAIS BONITAS DO QUE ACREDITAM SER


A matéria abaixo foi publicada por Bruna Saniele no site do Terra (dia 26/05/2013). Leia o texto, assista ao vídeo e, principalmente, reflita sobre eles.
 
Publicidade: viral mais visto era "imprevisível", diz agência
 
Eles sabiam o fato: as mulheres não têm noção da própria beleza. Mas como elas iriam agir ao serem confrontadas com essa verdade era totalmente imprevisível. Mesmo assim, a empresa apostou e a equipe brasileira da agência Ogilvy embarcou para os Estados Unidos para gravar a propaganda considerada o maior viral da história.

O vídeo da marca Dove Real Beauty Sketches (Retratos da Beleza Real) atingiu 114 milhões de visualizações desde o dia 15 de abril e conseguiu mostrar, com delicadeza e sensibilidade, que as mulheres conseguem enxergar melhor a beleza da concorrência do que a delas mesmas.

"A gente sabia que as mulheres eram muito mais críticas com elas mesmas do que o mundo e começamos a trabalhar a ideia do retrato falado, entramos em contato com o artista. Mas quando fomos filmar não tínhamos ideia do que podia acontecer, não sabíamos o que podia sair desses retratos e qual seria a reação delas. Rolou um alinhamento planetário e deu tudo certo", diz Diego Machado, diretor de arte da agência.

No vídeo, um desenhista faz dois retratos de uma mesma mulher. Um com base na percepção da própria sobre seu rosto e outro com base na percepção de uma desconhecida. Em todos os desenhos, as mulheres viam em si mais rugas, mais olheiras e mais detalhes que as deixavam feias, pálidas, reprimidas, tristes.
 
As desconhecidas não viram tantos defeitos e seus retratos ficaram mais bonitos, iluminados, felizes. Ao serem confrontadas com os dois desenhos, as personagens do filme mesclavam a alegria de serem percebidas por outros de uma forma mais bonita do que esperavam e uma certa melancolia por viverem "cegas" por uma autoimagem destorcida.

A Unilever, proprietária da marca Dove, queria promover o renascimento da campanha da Beleza Real, que começou em 2003 e estava sem novidades. Para isso, pediu a proposta inovadora, que funcionasse universalmente. "A empresa pediu um projeto que resgatasse o conceito que estava perdendo um pouco do vigor criativo. Precisávamos de uma campanha grandiosa, que funcionasse na Índia, na China, no Brasil, mas que não tinha um formato específico", comenta o redator Hugo Veiga.
Após pesquisas, a agência pensou em utilizar o desenhista forense do FBI (polícia americana) Gil Zamora, que já havia participado de documentários e programas de TV, como o da apresentadora Oprah Winfrey. Com um processo de criação diferente, Zamora faz seus retratos falados quase como um terapeuta, com base em perguntas pessoais e sem olhar para a entrevistada. Assim, era a pessoa certa para descrever essas mulheres.

Gravada nos EUA, país escolhido por ser onde mora o desenhista, as escolhidas foram mulheres reais, selecionadas nas ruas de São Francisco, e que nunca tinham feito propaganda, com diferentes etnias e diferentes faixas etárias. Por não serem atrizes e por não ter um roteiro, a reação delas diante dos dois retratos era uma surpresa que poderia não ter o resultado esperado, segundo Machado.
 
"O vídeo superou as expectativas principalmente porque o filme é longo (três minutos) e na internet o que costuma funcionar é o humor. Esse é um projeto extremamente emocional, não esperávamos que fosse o mais visto no mundo em apenas um mês. Tocamos em um ponto bem sensível das mulheres e elas quiseram compartilhar com os amigos. Os homens também compartilharam muito, como forma de valorizá-las. O vídeo ainda nem passou em todos os países, ainda está começando, mas vamos pensar em uma forma de continuar com esse projeto", diz Veiga. 

terça-feira, 5 de março de 2013

(MINHA) ANÁLISE DO FILME ARGO






(MINHA) ANÁLISE DO FILME ARGO

" Todo homem é culpado do bem que não fez." (Voltaire)
 
Recentemente, vi Argo que ganhou o Oscar de melhor filme de 2013.

O longa metragem é baseado em uma história verídica. No final dos anos 70, o Irã está em ebulição com a chegada ao poder do aiatolá Khomeini e nas ruas de Teerã fervilham diversos protestos contra os americanos. Vale lembrar que os dois países disputavam o petróleo no Oriente Médio e que os EUA haviam ajudado a derrubar um presidente nacionalista iraniano democraticamente eleito para colocar em seu lugar um Xá (Reza Pahlevi), tirânico e “amigo” do Ocidente, que oprimiu o povo iraniano, ganhando depois o asilo político americano.

Em um destes protestos, a embaixada dos EUA é invadida, mas seis diplomatas americanos conseguem fugir e se refugiar na casa do embaixador canadense, onde vivem sigilosamente durante alguns meses enquanto a CIA estuda um meio de resgatá-los com segurança.

A melhor opção foi apresentada por Tony Mendes, espião especializado em resgates, que sugere, tendo em vista o sucesso de filmes como Guerra nas Estrelas e A Batalha do Planeta dos Macacos, simular a produção de um filme canadense de ficção científica (Argo) que usaria, como locação, as paisagens desérticas do Irã.

Para o sucesso da empreitada é preciso contar com a ajuda do produtor Lester Siegel (Alan Arkin) e do maquiador John Chambers (Jonh Goodman) que sabem como ninguém que Hollywood é uma fábrica de mentiras. Quem viu o filme deve se lembrar da frase: “Se você quer vender uma mentira, ponha a imprensa para vendê-la para você”.

Eu não estou aqui para dizer se o filme faz jus ao prêmio que recebeu nem para analisar a linguagem cinematográfica, a atuação dos atores, o estilo da narração e afins, porque não sou crítica de arte e não costumo meter o nariz onde não sou chamada.

Também não vim falar sobre as questões políticas abordadas, tão fortes que o anúncio do vencedor do Oscar foi feito, nada mais nada menos, pela primeira-dama dos EUA, Michele Obama, ao vivo, da Casa Branca. Não vou defender nenhum dos países envolvidos e culpar o outro, porque ninguém me parece santo nesta história.

Quero focalizar o meu olhar na conduta de Tony Mendes (Ben Affleck). Ele sabe que é responsável por aquelas seis pessoas e não as abandona, mesmo quando recebe ordens superiores para abortar o resgate e uma “justificativa patriótica plausível”. Qual a importância de seis vidas se o que está em jogo é o interesse de uma nação inteira? A morte dos reféns deixaria o país consternado, transformaria o Irã no grande vilão e justificaria uma “guerra santa”.

Tony é o herói anônimo, sem asas, capa ou super poderes. É o cara comum que pode estar na esquina da rua ou sentado ao nosso lado no vagão do metrô. Não é o cara perfeito que nunca erra e, assim como qualquer um de nós, tem medos, dúvidas, problemas familiares... Mas faz aquilo que é certo, ainda que todos ao redor ajam de maneira diferente. É o cara que devolve a mala cheia de dinheiro que encontrou; que não aceita suborno quando todos do escritório já encheram os bolsos das calças; que não trai a esposa mesmo sendo incentivado pelos amigos,experts no assunto; que, mesmo cansado, dedica horas do seu final de semana para atuar em projetos beneficentes...

Enfim, herói anônimo é aquele que compreende que é responsável pelo que faz ou deixa de fazer, pelo que diz ou omite. Sabe que não pode mudar o mundo, mas que pode mudar o mundo de alguém e não hesita em fazê-lo. Faz o certo sem esperar aplausos, méritos ou honrarias.

É a você, gente com G maiúsculo, que dedico este artigo. Eu acredito na vida porque acredito em você! E quanto ao resto? Ah, vai se ferrargo!