sexta-feira, 10 de junho de 2011

Amar é punk

O Dia dos Namorados se aproxima. Trocar presentes é gostoso, mas o melhor mesmo é vivenciar o amor. Amar é um aprendizado. Amar se aprende amando, errando e acertando. Amar tem tudo a ver com maturidade emocional.

Muitos já escreveram sobre o amor. Eu escolhi trazer para vocês o vídeo e o texto de Fernanda Mello. Puro encantamento.



AMAR É PUNK

Eu já passei da idade de ter um tipo físico de homem ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho (bem estranho). Tivesse um figurino perturbado. Gostasse de rock mais que tudo. Tivesse no mínimo um piercing (e uma tatuagem gigante). Soubesse tocar algum instrumento. E usasse All Star.

Uma coisa meio Dave Grohl.

Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star e rock´n roll, mas confesso que muita coisa mudou. É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece o cara. Começa, aos poucos, a admirá-lo. A achá-lo FODA. E, quando vê, você tá fazendo coraçãozinho com a mão igual uma pangaré. (E escrevendo textos no blog para que ele entenda uma coisa: dessa vez, meu caro, é DIFERENTE).

Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ele vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo). Ele não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você está de TPM no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.

Ah, gente, sei lá. Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO COMIGO. QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero dormir abraçada sem susto. Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.
Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever, minha inspiração iria acabar e meus futuros livros iriam pra seção B da auto-ajuda, com um monte de margaridinhas na capa. Mas, CARAMBA! Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, no meu caso, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor. Não, antes era paixão. Antes era imaturidade. Antes era uma procura por mim mesma que não tinha acontecido.

Sei que já falei muito sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios.

Demorei anos pra concordar com meu querido (e sempre citado) Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida”. Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava (e não dizia): porra, que tédio!

Ah, Cazuza! Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar - ah, o amor! - AMAR É PUNK



segunda-feira, 6 de junho de 2011

Adoro namorar. Mas só um pouquinho.



Para eles, o namoro só tem graça antes de virar vida real.

Na semana em que se comemora o dia dos namorados, é comum alguns pacientes se perguntarem porque estão sós ou porque seus relacionamentos duram tão pouco. Muitos são os fatores envolvidos nesta questão emocional e a história de cada um, que é única e intransferível, deve ser avaliada com os cuidados e "ouvidos" necessários. A matéria abaixo de Danielle Nordi, publicada no site IG, nos ajuda a começar a pensar sobre o assunto.

Eles se apaixonam, mas o encantamento acaba e a relação não engata. Será que os viciados em início de namoro desistem cedo demais? (Danielle Nordi. iG São Paulo
31/05/2011 07:46)

Quem não gosta das sensações que o começo de uma relação proporciona? São trocas de olhares, friozinho na barriga, beijos apaixonados e sempre uma novidade a ser descoberta no dia seguinte. Todos que já namoraram sabem que estas situações são típicas do início do relacionamento. Com o passar do tempo, as novidades passam a ser mais escassas. O relacionamento ganha outras características e vantagens, mas o dia a dia obriga o casal a se esforçar para que a relação não esfrie.

Para algumas pessoas, no entanto, a fase seguinte à da paixão não interessa. Especialistas sugerem que a fase do frio na barriga dura pouco mais de 18 meses. Mas a psicoterapeuta de casal e família Margarete Volpi diz que a fase do “encantamento” é ainda mais curta. “A gente fica enamorado, aquele período de excitação com as novidades, por cerca de seis meses apenas”, afirma.

A impossibilidade de ter relacionamentos duradouros não pode ser explicada da mesma forma para todas as pessoas, mas especialistas dizem que algumas razões são mais comuns. Margarete explica que, quando a fase de encantamento passa, a realidade aparece. Este é o momento em que se percebe que as expectativas que se tem em relação ao outro nem sempre são alcançadas. “Isso gera uma grande frustração, que é um sentimento negativo e esbarra na nossa autoestima. A gente quer mudar a outra pessoa em função de nosso bem-estar. Quando isso não acontece, eu me frustro e não me sinto bom o suficiente para conseguir vencer este desafio”, esclarece Margarete.

Prazo de validade curto

O administrador de empresas Romulo Magalhães, 24, diz que suas relações têm “prazo de validade” muito bem definido: “fico com a mesma pessoa por dois meses”, afirma. A troca de namoradas é tão constante que seus amigos vivem fazendo apostas para tentar acertar quanto tempo o próximo relacionamento vai durar.

“Eu gosto do início do namoro. Depois de um mês, a química vai acabando e aí é só uma questão de dias para que termine. É como se fosse um brinquedo novo que depois de um tempo não tem mais graça”, diz Romulo.

A terapeuta de casal e família Lana Harari explica que tudo que é novo tem grande apelo. Segundo ela, em época de consumismo exacerbado em que objetos se tornam descartáveis rapidamente, as relações adquirem o mesmo status. “Muita gente quer apenas o prazer da novidade. Obviamente, com o tempo, ficamos familiarizados com o parceiro. Isso é inevitável. Nesta etapa, muitas pessoas desistem da relação e partem para a busca de algo inédito novamente”.

Romulo conta que já teve duas relações longas, mas porque via benefícios que compensavam a sua intolerância a sentir-se preso a uma pessoa. “Eu gostava das minhas ex-namoradas. Uma delas eu via todos os dias, e ficamos juntos onze meses. Com a outra, fiquei um ano e meio. Nossa vida sexual era muito boa. Havia essa compensação”, diz.

O administrador conta que, apesar de “mulherengo”, sempre foi fiel. Ele se diz contraditório quando o assunto é maturidade para manter longos relacionamentos. “Sou maduro para saber que nem todos os dias do namoro vou acordar perdidamente apaixonado. Mas, ao mesmo tempo, imaturo, já que não tenho paciência de passar por isso. Eu sempre penso em terminar e buscar novamente uma outra conquista.”

Curto, intenso e verdadeiro

“O início do namoro é maravilhoso. A gente se sente feliz. Achamos que aquela pessoa vai ser sempre linda, doce e simpática como no dia em que a conhecemos”, relata o ator e estudante de Publicidade e Propaganda Rodrigo Rott, 19.

O grande problema para Rodrigo é a rotina. Para ele, aquela sensação de que tudo vai ser lindo para sempre acaba. Os sentimentos se desgastam, as belezas vão enjoando e a rotina deixa tudo chato e monótono, afirma. Seus namoros não costumam passar dos quatro meses de duração. “Eu sou uma pessoa fanática por mudanças. Não consigo gostar de coisas que são sempre iguais. Mas o fato dos meus relacionamentos serem curtos não significa que não sejam intensos e verdadeiros”, ressalta.

De acordo com Mariuza Pregnolato, psicóloga clínica especialista em terapia comportamental cognitiva pela Universidade de São Paulo (USP), quem gosta de enfrentar novos desafios com frequência pode ter problemas com a estabilidade de um relacionamento duradouro. “Quando a gente se apaixona, não é pela pessoa, que mal conhecemos. Nós idealizamos alguém e, com o passar do tempo, as diferenças aparecem. É preciso abrir mão de muita coisa. Ao invés de passar por essa fase, fica mais atraente partir para outro desafio, outra conquista.”

A arquiteta da informação Patrícia Rez, 30, também dificilmente passa dos quatro meses de namoro. “Gosto do começo da relação porque tudo é muito incerto, a gente não sabe o que vai acontecer no dia seguinte. Quando fica definido o namoro, parece que perde a graça.” Ela diz ainda que procura as pessoas erradas. “Normalmente me interesso por quem mora longe. A distância acaba atrapalhando e aí eu faço outra viagem e conheço novas pessoas. Tudo isso é mais ou menos um padrão, que venho tentando quebrar.”

“Através de um trabalho de autoconhecimento, que é o que a terapia propõe, a pessoa consegue ver onde está a barreira que torna seus relacionamentos curtos. É preciso querer mudar para que isso efetivamente ocorra”, explica Lana Harari.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Casa Arrumada

O texto abaixo é de Lena Gino. Vale a pena ler e pensar sobre nossas "bagunças" internas e externas e em como lidamos (ou não) com elas.

"Casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.

Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:

Aqui tem vida...

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.

Sofá sem mancha?

Tapete sem fio puxado?

Mesa sem marca de copo?

Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...

Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos...

... netos, pros vizinhos...

E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente!

Arrume a sua casa todos os dias...

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...

E reconhecer nela o seu lugar ".

"O caminho de cada um é feito pelos próprios passos, mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco." (Autor Desconhecido)