domingo, 24 de janeiro de 2010

A DOR QUE NÃO QUER CALAR (Alerta: O homem moderno está sofrendo e a dor está dentro dele! Que dor é essa? A dor de viver.)



Cresce assustadoramente o consumo de analgésicos e de remédios psiquiátricos.

O Brasil está no ranking dos países que mais consomem medicamentos no mundo.

Em 2008, o Rivotril, ansiolítico de tarja preta, foi o 2º medicamento mais vendido em terras tupiniquins, superando o consumo de remédios de uso corriqueiro como, por exemplo, hipoglós e tylenol.

A indústria farmacêutica enriquece oferecendo remédios aos clientes como se fossem uma mercadoria como qualquer outra e, muitas vezes, prometendo efeitos irreais. As drogarias assemelham-se a supermercados.

É claro que o uso de medicamentos é indispensável no tratamento de diversas doenças, curando e salvando a vida das pessoas. O problema está no consumo indevido, abusivo e sem o acompanhamento adequado de um médico. Remédios são drogas, portanto, têm efeitos colaterais, podendo causar dependência e até levar à morte. Muitos astros e estrelas de Hollywood estão assumindo e lutando contra o vício. A doença levou embora grandes talentos como Heath Ledger e Michael Jackson. Em 20 de dezembro de 2009, perdemos Brittany Murphy, ao que tudo indica, pelo mesmo motivo. Infelizmente, é bem provável que a lista de vítimas aumente.

Afinal de contas, o que está acontecendo? Difícil dizer, mas podemos levantar algumas hipóteses.

O mundo nos tem feito adoecer. A sociedade cobra o máximo desempenho das pessoas. Precisamos ser cada vez melhores em todas as áreas. Vivemos em uma prisão, obrigados a atingir o inalcançável.

Em uma época de profundas transformações e contradições, nunca fomos tão poderosos e, ao mesmo tempo, tão desamparados. Globalizados e sozinhos.

Somos bombardeados de estímulos e informações. Já não sabemos, ao certo, quem somos e o que queremos, mas não temos dúvidas de quem deveríamos ser. A existência perde o seu sentido e agora nos perguntamos com freqüência: - Nossa, mas era só isso?

Nos dias atuais, temos a obrigação de sermos felizes. Alguém falou que a vida é uma festa, mas parece que não fomos convidados a participar.

Com medo de sermos vistos como fracos e perdedores, escondemos as emoções dos outros e de nós mesmos. Em um mundo que demanda respostas rápidas e fáceis, fazemos uso dos medicamentos para nos livrar logo da dor que nos incomoda. Mas não adianta esconder a sujeira embaixo do tapete. O que nos perturba não fica parado dentro da gente e começa a dar sinais através dos sintomas.

A solução é encarar de frente. Viver dói sim e dá ansiedade. Ninguém falou que ia ser fácil, mas que valeria a pena. Não dá para viver a vida evitando-a.

Precisamos aprender a conviver e tolerar uma gama mais ampla de experiências emotivas. A angústia, por exemplo, nos põe em movimento, porque precisamos fazer algo e buscar soluções para deixar de senti-la.

Ajuda-nos aceitar que somos humanos, finitos, mortais, falhos, incompletos, limitados, angustiados, mas, ainda assim, incríveis. Sabemos amar, cantar, dançar, sonhar, criar, construir, ajudar, sorrir e tantas outras coisas maravilhosas.

Se você não estiver bem consigo e com suas emoções, procure ajuda. Dar um nome e um sentido a algo desconhecido e que não foi pensado antes, alivia a dor. Falar sobre ela faz com que perca a força. O analista acolhe e transforma as angústias do paciente.

Vamos viver com mais vontade e verdade!







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